Estevão silva
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Estevão Roberto Silva
Estêvão Roberto Silva foi pintor, desenhista e professor brasileiro da segunda metade do século XIX.
Foi o primeiro pintor negro formado pela Academia Imperial de Belas Artes, se especializando em
natureza morta.
Sobre:
Estêvão Roberto da Silva nasceu em 26 de dezembro de 1845, filho de Vítor Roberto da Silva e Ana Rita da Silva.
O ingresso de Estêvão Silva na Academia Imperial de Belas Artes se deu no ano de 1863, e seu aproveitamento é visível devido as suas premiações em exposições gerais da AIBA e por ser descrito como um exímio pintor em sua área, a Natureza Morta. Estevão dominava com precisão a arte da natureza morta e seus quadros eram aclamados por suas cores e precisões.
Estêvão expôs cerca de 80 quadros, em 46 desses o pintor é descrito com um mestre na “especialidade de frutas e de folhagens" que quebram a monotonia de sua época.
Pintar frutas vai além de uma escolha para ele, através dela o artista expressa a sua verdade na pintura, seu procedimento se faz similar ao de execução dos realistas. Fugindo de um estilo mais crítico e politizado, o artista estava mais próximo dos métodos utilizados pelos pintores da escola de Barbizon, pois suas obras eram produzidas diretamente do real. Manoel Carneiro, um dos articulistas da época, refere-se a Estêvão como um pintor meticuloso e cuidadoso.
Um ponto interessante para se destacar nas pinturas de Natureza Morta de Estêvão são as escolhas de suas frutas, trabalhando com frutas reconhecidas como brasileiras, algo bastante comentado por críticos de sua época.
Estevão Também é conhecido por seus atos de rebeldia, sendo protagonista de episódios marcantes para sua época. Em um deles o artista se recusa a receber uma premiação de segundo lugar, pois ele e os demais pintores da exposição teriam certeza que a primeira premiação seria de Estevão.
O ocorrido se passa em nove de dezembro de 1879, era o dia de entrega de prêmios aos alunos da academia, e como de costume o “alto sociedade” da corte se encontrava presente para o evento, contando também com a presença do Imperador D. Pedro Segundo que estava a entregar as medalhas aos premiados. Ao perceber que receberia das mãos do monarca uma medalha de prata e não de ouro, Estêvão grita “INJUSTIÇA!” em meio ao salão onde o evento se passava. Antônio Parreiras (1860 - 1937) descreve que todos estavam convencidos que a maior premiação seria destinada a Estêvão, e que ao não receber essa premiação ele, com olhos cheios de lágrimas e se sentindo aniquilado profere o grito ao perceber tal injustiça. Ao se aproximar do imperador, E agora mais calmo e contido diz a D. Pedro II “Recuso!” em tom de tom de grito. Este fato é decorrido de consequências e punimentos ao artista.